DSCH - Shostakovich Ensemble
“Os Espíritos” e “A Truta”

20 JUNHO

19:00, Sala dos Cisnes
Palácio Nacional de Sintra

Filipe Pinto-Ribeiro Piano

Carolin Widmann, violino

Lilli Maijala, viola d’arco

Christian Poltéra, violoncelo

Tiago Pinto-Ribeiro, contrabaixo

Programa:

Ludwig van Beethoven, Trio Op. 70, nº 1 em Ré Maior, “Os Espíritos”

  • Allegro vivace e con brio
  • Largo assai ed espressivo
  • Presto

 Intervalo

Franz Schubert, Quinteto em Lá Maior, D.667, “A Truta”

  • Allegro vivace
  • Andante
  • Scherzo: Presto
  • Andantino - Allegretto
  • Allegro giusto

Sinopse:

São várias as teorias que explicam a alcunha de “Os Espíritos” para aquele que é o mais famoso trio com piano de Beethoven. O que parece certo é que o compositor, por alturas de 1808, estava interessado nos ambientes fantasmagóricos de dois textos de Shakespeare, - Hamlet e Macbeth - pensando até em criar uma ópera sobre este último. Será no entanto devido às texturas esparsas e arrepiantes que, desde que o segundo andamento foi ouvido pela primeira vez, o lento Largo assai ed espressivo, a partitura ficou para sempre associada a espectros e fantasmas. O que é certo é que, teorias à parte, esta composição é um dos momentos altos da escrita para a formação de trio com piano.

Mais rara é a instrumentação que Franz Schubert adota para a sua composição de música de câmara mais famosa, o quinteto com contrabaixo “A Ttruta”. Também esta é uma composição caracterizada por uma alcunha sugestiva, que porém nada tem que ver com o célebre peixe de rio, certamente muito apreciado na gastronomia austríaca. Ao escrever o último andamento do seu quinteto, Schubert desenvolveu-o como uma série de variações sobre o tema de um seu Lied, intitulado, precisamente, A Truta, sobre um poema homónimo de finais do século XVIII da autoria de Christian Schubart.

Duas partituras incontornáveis de toda a literatura de câmara, que serão interpretadas por um quinteto de mão cheia, nesta que é a estreia do DSCH - Schostakovich Ensemble no Festival de Sintra.

Sobre os artistas:

Fundado e dirigido pelo pianista Filipe Pinto-Ribeiro, o DSCH – Schostakovich Ensemble é um dos mais destacados agrupamentos de música de câmara com base em Portugal. De geometria variável e funcionando como plataforma de encontro e interação de músicos de excelência, o DSCH – Schostakovich Ensemble deve o seu nome a Dmitri Shostakovich, numa homenagem prestada aquando da celebração do centenário do seu nascimento, em 2006, ano de fundação do Ensemble. Desde então, o Ensemble apresentou-se em várias temporadas e festivais, em vários países europeus, nos EUA e na Austrália. O vasto repertório do DSCH – Schostakovich Ensemble inclui obras de diversas épocas e estilos musicais, de Haydn a Sofia Gubaidulina, com quem o Ensemble estabeleceu uma estreita colaboração.

Ao longo dos seus quase 20 anos de existência, o DSCH tem contado com a participação de muitos dos mais significativos músicos do nosso tempo, como Esther Hoppe, Liza Ferschtman, Jack Liebeck, Renaud Capuçon, Adrian Brendel, Silvia Careddu, entre muitos outros.

A discografia do ensemble inclui a primeira gravação mundial da obra Integral de música de câmara para piano e cordas de Shostakovich e ainda os Trios Op.11 e Op.38 de Beethoven, aclamados pela imprensa especializada nacional e internacional.

Filipe Pinto-Ribeiro é um dos artistas portugueses com maior destaque nas últimas décadas, através do reconhecimento conquistado enquanto pianista a solo e em música de câmara, assim como diretor artístico.

Natural do Porto, Filipe diplomou-se e doutorou-se em 2000 no Conservatório Tchaikovsky de Moscovo, onde estudou cinco anos sob a orientação da prestigiada pianista e professora Lyudmila Roschina. Desde então, encetou uma carreira que o tem levado a apresentar-se nos mais diversos locais em todo o mundo.

A sua discografia a solo inclui cinco registos e, é exemplo da sua versatilidade estética, tendo tocado com as principais orquestras portuguesas e de vários países europeus e americanos.

Apaixonado pela música de câmara, tem colaborado com muitos dos mais significativos músicos do nosso tempo e fundou, em 2006, o DSCH Schostakovich Ensemble, de que é diretor artístico.

É também criador e diretor do Verão Clássico, sendo atualmente diretor artístico do Festival de Música dos Capuchos, do Festival Bragança ClassicFest e curador do Ciclo de Concertos Musical-Mente no Porto.

Carolin Widmann é reconhecida como uma das grandes violinistas dos nossos dias. Nasceu em Munique e estudou com Igor Ozim em Colónia, Michèle Auclair em Boston e David Takeno na Guildhall School of Music and Drama, em Londres. A sua diversificada actividade inclui os grandes concertos clássicos, a estreia de novas obras escritas especialmente para ela, recitais a solo e de música de câmara, incluindo interpretações em instrumentos de época.

Recebeu o Prémio do Estado da Baviera para a Música, em 2017, e foi também distinguida com o International Classical Music Award pelas suas gravações dos Concertos para Violino de Mendelssohn e de Schumann, com a Orquestra de Câmara da Europa. Foi também nomeada “Músico do Ano” nos International Classical Music Awards 2013.

Widmann colabora com as principais orquestras mundiais, tais como Berliner Philharmoniker, Orchestre de Paris, Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks, Royal Stockholm Philharmonic, Seattle Symphony, Sydney Symphony, Deutsches Symphonie Orchester Berlin, Leipzig Gewandhaus, Tonhalle Orchester Zurich, BBC Symphony Orchestra, NDR Elbphilharmonie Orchester, sob a direcção de maestros como Simon Rattle, Riccardo Chailly, Roger Norrington, Edward Gardiner, Sakari Oramo, Vladimir Jurowski, Marek Janowski, Christoph von Dohnányi ou Pablo Heras-Casado.

Apresenta-se com regularidade em prestigiados festivais como os de Berlim, Salzburgo, Lucerna ou Ravinia.

No domínio da música de câmara, apresenta-se regularmente em importantes palcos como Wigmore Hall, Bozar (Bruxelas), Festival de Baden-Baden ou Alte Oper Frankfurt.

No Festival Mozart de Salzburgo e na Elbphilharmonie Hamburg, participou em concertos coreografados por Sasha Waltz.

Os seus álbuns dedicados às sonatas de Schubert e Schumann foram distinguidos com o Diapason d’Or e o Prémio da Crítica Discográfica Alemã.

Desde 2006, é professora de violino na Universidade de Música e Teatro de Leipzig Felix Mendelssohn-Bartholdy.

Carolin Widmann toca um violino Giovanni Battista Guadagnini de 1782.

Uma das violetistas mais requisitadas da atualidade, Lilli Maijala é diretora do departamento de viola d’arco na famosa Academia Sibelius em Helsínquia desde 2011 e tem-se apresentado regularmente como solista e música de câmara nos principais palcos europeus.

Atuou com diversas orquestras, como a Filarmónica de Helsínquia, Orquestra de Câmara da Lapónia, Orquestra Filarmónica de Tampere, Orquestra Sinfónica de Lahti, Camerata Salzburg, Folkwang Kammerorchester Essen e Tapiola Sinfonietta, com maestros como Nathalie Stutzmann, Santtu-Matias Rouvali e John Storgårds.

Fez a estreia mundial do Concerto para Viola de Lauri Kilpiö com a Jyväskylä Sinfonia em 2013. As suas últimas gravações incluem o Concerto para Viola e Contrabaixo de Pehr Henrik Nordgren e o Concerto para Viola de Peteris Vasks, com a Orquestra de Câmara de Tallinn, ambos sob a regência de Juha Kangas.

Foi laureada em inúmeros concursos internacionais, incluindo o Concurso ARD de Munique, o Concurso Nórdico de Viola e o Concurso Internacional Viola Space Tokyo. Em 2003, ganhou o primeiro prémio no Klassik Festival Ruhr, realizado em conjunto com várias academias de música de toda a Europa.

Actualmente, Lilli divide seu tempo entre vários projectos internacionais, como West Cork Chamber Music Festival, IMS Prussia Cove, Festival Resonances, Peasmarsh Chamber Music Festival, Oslo Kammermusikkfest, Musikdorf Ernen e Delft Chamber Music Festival.

Anteriormente, foi membro do aclamado quartet-lab, com o violoncelista Pieter Wispelwey e os violinistas Patricia Kopatchinskaja e Pekka Kuusisto, e atualmente é membro do recém-fundado Valo Quartet.

Maijala toca uma viola d’arco Jean-Baptiste Vuillaume de 1870, cedida pela Fundação Cultural Finlandesa.

Um dos mais requisitados violoncelistas da atualidade, Christian Poltéra nasceu em Zurique e foi discípulo de extraordinários professores como Boris Pergamenschikow e Heinrich Schiff, em Salzburgo e Viena.

Como solista, toca frequentemente com as grandes orquestras mundiais, como a Orquestra Filarmónica de Munique, Orquestra Gewandhaus de Leipzig, Filarmónica de Los Angeles, Orquestra Filarmónica de Oslo, Orquestra dell'Accademia Nazionale di Santa Cecilia de Roma, Orquestra de Paris, Orquestra Sinfónica da BBC, Orquestra de Câmara da Europa, tendo trabalhado sob a direcção de maestros como Bernard Haitink, Riccardo Chailly, Christoph von Dohnanyi, Andris Nelsons e Sir John Eliot Gardiner, entre outros.

Dedica-se também intensamente à música de câmara, em parceria com músicos como Gidon Kremer, Christian Tetzlaff, Leif Ove Andsnes, Mitsuko Uchida, Lars Vogt, Kathryn Stott, Esther Hoppe e Ronald Brautigam, e com os Quartetos Auryn e Zehetmair.

Juntamente com o violinista Frank Peter Zimmermann e o violetista Antoine Tamestit, Christian Poltéra fundou e integra o famoso Trio Zimmermann, que se apresenta nas mais prestigiosas salas de concertos e festivais em toda a Europa.

Em 2004, recebeu o Prémio Borletti-Buitoni e foi seleccionado como um dos Artistas da Nova Geração, um projecto da BBC Radio 3.

É convidado regular dos festivais mais prestigiados, como Salzburgo, Lucerna, Berlim, Edimburgo e Viena, e estreou-se nos BBC Proms em 2007.

A sua discografia, aclamada pela imprensa internacional, reflecte o seu amplo e variado repertório, incluindo concertos de Dvořák, Dutilleux, Lutoslawski, Walton, Hindemith e Barber, bem como música de câmara de Prokofiev, Fauré, Beethoven e Schubert.

Christian Poltéra é Professor de Violoncelo na Universidade de Lucerna e toca o famoso violoncelo "Mara", realizado por Stradivari em 1711.

Tiago Pinto-Ribeiro nasceu no Porto e estudou na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo e na Universidade das Artes de Berlim, UdK, onde estudou com o Professor Michael Wolf e concluiu o mestrado. Ao longo do seu percurso, foi laureado em diversas ocasiões, tendo obtido uma menção honrosa no Concurso Internacional de Contrabaixo, em Houston, EUA, e vencido o 1º Prémio no Concurso Internacional “Júlio Cardona”.

Tiago integrou algumas das melhores orquestras mundiais, como é o caso da Orquestra Sinfónica NDR de Hamburgo, Orquestra Sinfónica de Berlim, Orquestra Filarmónica NDR de Hannover, Orquestra Sinfónica da Galiza, entre outras, onde trabalhou por maestros consagrados, como Claudio Abbado, Christoph von Dohnányi, Kent Nagano e Christoph Eschenbach.

No âmbito da música de câmara, é membro do DSCH – Schostakovich Ensemble, e é contrabaixista da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, assim como professor de contrabaixo e música de câmara na Universidade de Aveiro.

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